terça-feira, 24 de novembro de 2009

Ao menos dez jornalistas morrem em massacre nas Filipinas

Da Redação *
Ao menos dez jornalistas foram assassinados nesta segunda-feira (23/11) no massacre de Maguindanao, província na região sul das Filipinas. O grupo estava acompanhando a viagem de um grupo político local. Até o momento, 21 corpos foram encontrados, mas o número total de vítimas pode chegar a 43.
De acordo com militares, o massacre pode estar relacionado com as eleições nacionais que acontecem no ano que vem. Entre as vítimas está a mulher do candidato ao governo da província, Esmael Toto Mangudadatu.
Os jornalistas identificados são: Ian Toblan, Leah Dalmacio, Gina dela Cruz, Joy Duhay, Andy Teodoro, Mac-Mac Areola, Bart Maravilla, Henry Araneta, Bong Reblando e Neneng Montano.
De acordo com um site local, o comboio foi emboscado por um grupo de aproximadamente cem homens armados, supostamente ligados ao prefeito da cidade de Datu Unsay, Datu Andal Ampatuan Jr.
A União Nacional dos Jornalistas das Filipinas (NUJP) divulgou comunicado condenando o ato de violência e exigindo punição aos responsáveis pelo massacre.
“Atacar jornalistas que estavam meramente cumprindo o seu trabalho de informar é um crime abominável e eleva o fato a um ataque contra a própria Constituição e a liberdade de imprensa e de expressão”, afirmou a entidade.
Com informações da AFP e do Philstar.com.
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sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Veículos alternativos cobrirão Conferência de Comunicação do CE

20 de Novembro de 2009 - 12h29

A I Conferência Estadual de Comunicação do Ceará (Conecom), que será realizada nos dias 20, 21 e 22 de novembro em Fortaleza, receberá uma cobertura especial. A Associação União dos Moradores de Luta do Álvaro Weyne (UMLAW) e a Agência Catavento Jovem de Notícias irão atuar durante os três dias de encontro produzindo material jornalístico sobre os debates.
Repetindo o grande sucesso da transmissão ao vivo da 1ª Conferência Municipal de Comunicação, a TV UMLAW também irá transmitir a Conferência Estadual de Comunicação do Ceará. A veiculação da abertura do encontro será hoje, 20 de novembro a partir das 18h. A TV pode ser acessada através do site www.umlaw.org.br

“Tivemos essa iniciativa porque nós já participamos de outras Conferências e sentimos falta do ‘povão’. Então, essa transmissão ao vivo é para ampliar a participação das pessoas. A gente da periferia sofre com o ‘não-espaço’ na comunicação. Quando as tv’s vão para o nosso bairro é só para mostrar coisa ruim. A nossa TV é para mostrar o lado bom da nossa comunidade”, afirma Ivanildo Batista, presidente da Associação e diretor da TV UMLAW.

Cobertura Popular

A Agência Catavento Jovem de Notícias também irá atuar durante a Conecom. Atividade realizada pela ONG Catavento Comunicação e Educação, em parceria com a Revista Viração, a Catavento é uma publicação nacional produzida por jovens de 24 estados e do Distrito Federal, com sede em São Paulo. A Agência tem como objetivo incentivar a participação de jovens por meio da produção de comunicação.

Os jovens comunicadores fazem notícias, reportagens, entrevistas, enquetes, entre outras produções. A ideia é criar um espaço de interação, utilizando a comunicação como uma ferramenta de mobilização e disseminação de informação dentro e fora do evento. O objetivo das coberturas é garantir um canal de expressão das juventudes e fazer com que os ouvintes e leitores acompanhem o encontro a partir do olhar do próprio jovem.

Efetiva democratização da Mídia

Para Inácio Carvalho, secretário de comunicação do PCdoB/CE, a coberta da UMLAW e da Catavento deve ser recebida com muita alegria por todos que defendem a democratização da comunicação. Em primeiro lugar porque fura o bloqueio imposto pela mídia hegemônica que não deu nenhuma cobertura ao evento que reunirá centenas de pessoas, inclusive representantes do setor empresarial, para debater uma questão estratégica para o país que é a comunicação. “Esse povo fala tanto em democracia e transparência, mas na verdade não são nada democráticos quando escondem um acontecimento tão importante”, declara. Por outro lado, afirma Carvalho, a atitude da UMLAW e do Catavento demonstra o quanto é importante o papel dos veículos alternativos, dos que fazem a comunicação popular. “Estes sim são democratas de verdade e por isso devem ser fortalecidos e apoiados por políticas públicas consistentes".

De Fortaleza,
Carolina Campos
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Grandes empresas de comunicação querem atropelar conferência

EDITORIAL


Da Redação - Carta Maior
Data: 19/11/2009

Como já se temia, as grandes empresas de comunicação estão tentando patrolar os representantes das pequenas empresas do setor no processo de eleição de delegados para a Conferência Nacional de Comunicação, que será realizada de 14 a 17 de dezembro, em Brasília. No processo preparatório para a Conferência Estadual de Comunicação de São Paulo, que ocorrerá neste fim de semana, os representantes das grandes empresas querem impedir que as pequenas empresas de comunicação do Estado de São Paulo, possam eleger um delegado sequer. A tese esdrúxula apresentada por eles é que as portarias que regulamentam a Conferência Nacional determinariam que um único voto contrário de um dos representantes da chamada “sociedade civil empresarial” bastaria para impedir o andamento de qualquer uma de suas propostas.

Encerradas as inscrições nesta terça-feira, dia 17 de novembro, apurou-se que o Poder Público teve 118 inscrições, a sociedade civil, 509 inscritos e a sociedade civil empresarial, 422 inscrições. Destas 422 inscrições da sociedade civil empresarial, cerca de 60% é de representantes das grandes empresas. A esmagadora maioria destes é composta de empregados destas empresas que possivelmente serão “obrigados” a comparecer e votar naquilo que seus patrões determinarem. A Carta Maior está encaminhando providências junto ao Ministério Público do Trabalho, para a averiguação desses fatos.

Com a maioria assegurada no setor da sociedade civil empresarial, as grandes empresas querem agora aplicar a tese da votação pelo sistema binário (utilizada nos EUA, onde quem tem mais voto leva todos os delegados). Já os representantes das pequenas empresas defendem corretamente a obediência democrática da proporcionalidade. Ou seja, se as grandes empresas conseguiram 60% de inscritos e os pequenos empresários 40%, dos 84 delegados que o setor empresarial deverá eleger, a relação será de 50 para 34.

Trata-se de um movimento que pretende passar um rolo compressor sobre os pequenos empresários da comunicação. Para isso, os representantes das grandes empresas, desrespeitando a decisão unânime da Comissão Organizadora da 1ª Conferencia Estadual de Comunicação, que aprovou por unanimidade o Regulamento da Conferência Estadual, apresentaram um recurso descabido à Comissão de Organização Nacional.

Esse regulamento prevê que os critérios para a eleição dos delegados à Conferência Nacional, sejam definidos por cada segmento. A tradição democrática deste tipo de encontro obedece ao princípio da proporcionalidade, com o que os representantes das grandes empresas não concordam, em evidente afronta aos mais comezinhos princípios democráticos, bem como ofendendo a tradição brasileira, estabelecida na Constituição Federal, no Congresso Nacional, no Poder Judiciário, e inclusive nos encontros estudantis, desde os anos 60 e 70, de penosa lembrança.

Na verdade, as grandes empresas, representadas pelas companhias filiadas à Telebrasil como, por exemplo, Telefônica, TIM e Oi, em conjunto com o grupo Bandeirantes e a Rede TV, estão querendo dar um golpe no processo de escolha de delegados, alijando os demais setores da sociedade civil empresarial. É importante lembrar que o objetivo da Conferência Nacional de Comunicação é atender aos interesses da população brasileira e não de um grupo de empresas, cujo objetivo principal é o lucro. Logo após o governo federal convocar a Conferência Nacional de Comunicação, seis das oito entidades empresariais (incluindo aí a Rede Globo e os grandes jornais do país) abandonaram a comissão organizadora do evento, demonstrando o pouco apreço que tem pela democracia. A saída dessas entidades, que desprezam a idéia da comunicação e da informação como direitos da população, não garante, porém, por si só, as profundas mudanças que o setor necessita. Somente com a ampla participação de todos é que podemos mudar a atual situação da mídia no país.

Diante desse quadro, a Carta Maior repudia a tentativa das grandes empresas de comunicação de melar o processo da conferência com práticas autoritárias e excludentes. A primeira Conferência Nacional de Comunicação é uma conquista do povo brasileiro e não mais um produto a ser apropriado por estruturas monopolistas que se recusam a entender o significado da palavra democracia.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Projeto de lei estende a radiodifusão comunitária para as comunidades indígenas e quilombolas

A comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados aprovou por unanimidade o projeto de Lei 2490/07, que estende às comunidades indígenas e quilombolas o direito de operar rádios comunitárias. A lei que regulamenta o setor permite a exploração desse serviço apenas às fundações e associações comunitárias, sem fins lucrativos. Agora o projeto segue para votação no Senado Federal.
O relator do projeto deputado federal Antônio Carlos Biffi afirmou que: “Esse PL faz um reparo histórico, social e cultural. O projeto ampara comunidades Indígenas e Quilombolas no acesso à liberdade de expressão em qualquer lugar do país, via rádio comunitária, objetivando o acesso, a integração e a ampliação da redemocratização dos meios de comunicação”. O projeto tramitava em caráter conclusivo e já havia sido aprovado pelas comissões de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI), Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) e, por ultimo, na Educação e Cultura (CEC). No Senado Federal o projeto tramitará nas mesmas comissões e se aprovado sem modificações seguirá para sanção presidencial. Caso ocorram modificações o projeto voltará para a Câmara dos Deputados.

Por Luis Carlos de Almeida
Publicada no sitio da ABRAÇO Nacional www.abraconacional.org

Em Belo Horizonte a banda larga gratuita virou realidade

A capital mineira acaba de implantar uma rede de banda larga sem fio para acesso gratuito a internet. No dia 21 de outubro o presidente Lula inaugurou o projeto BH Digital. A iniciativa vai viabilizar o acesso à internet sem fio em 13 regiões da capital. Cem mil estudantes e cerca de 250 associações de bairros, ONGs e igrejas serão beneficiadas, alem de 50 órgãos públicos. O projeto BH Digital utiliza a tecnologia wimax que viabiliza a conexão através dos chamados hotspots.
A área de cobertura da rede de comunicação é de 340 quilômetros quadrados, o que abrange cerca de 95% de Belo Horizonte, e atende inclusive locais de grande concentração popular, como o Parque Municipal, a Praça da Liberdade, a Rodoviária, a Praça da Pampulha, o Parque das Mangabeiras, as comunidades Aglomerado Cafezal e Vila Papagaio, além das praças Sete de Setembro e da Estação. Quem tiver um computador com placa de rede sem fio ou smartphone pode navegar na internet durante duas horas diárias, com velocidade de conexão de um megabyte.
A infra-estrutura de comunicação permite que as ambulâncias tenham conexão à rede de seus equipamentos de voz, dados e imagem. Na área de segurança pública, a parceria garantiu a instalação de 500 câmeras de vídeo em edifícios públicos com transmissão de imagens em tempo real. O projeto também assegura o monitoramento simultâneo de 3 mil ônibus, possibilitando o controle dos bilhetes de viagem. O tráfico da cidade ganhou dispositivos móveis para controle e monitoramento, com o funcionamento de 520 semáforos sem fio. Foram investidos mais de três milhões de reais na implantação do projeto que conta com nove antenas de 30 metros de altura. Até 2012 a previsão é de que número de antenas chegue a 50, aumentando a área de cobertura da rede sem fio

Por Luis Carlos de Almeida
Publicada no sitio da ABRAÇO Nacional www.abraconacional.org