segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Blog Sociedade e Mídia está de volta

O blog Sociedade e Mídia retoma as atividades em um momento histórico para o Brasil: as manifestações que antecedem o julgamento de Lula pelo TRF 4, em Porto Alegre. Seguindo a proposta do blog de refletir sobre as relações entre a mídia e a sociedade acompanharemos as mobilizações que ocorrem na capital gaucha e buscaremos fazer uma analise sobre a cobertura da mídia corporativa.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A imprensa e a onda mundial de protestos de rua

04/10/2011 |
Carlos Castilho
Observatório da Imprensa
Os protestos de rua estão deixando de ser atos isolados de insatisfação para configurarem um novo fenômeno politico a desafiar a cobertura da imprensa. Até Wall Street entrou na moda, depois que manifestantes norte-americanos decidiram acampar nas proximidades da mais importante bolsa de valores do planeta para protestar contra o que classificam de lucros exagerados do sistema bancário da terra do Tio Sam.
Os protestos se tornaram rotineiros na Europa por conta da crise grega e das medidas de austeridade impostas por governos como os de Portugal, Espanha e Itália. A França e a Inglaterra também viveram dias difíceis recentemente por conta de manifestações que convulsionaram vários bairros de Paris e Londres.
Na América Latina, os estudantes chilenos passaram várias semanas em pé de guerra com a polícia até que o governo conservador do presidente Sebastian Piñera recuou e liberou verbas para a educação. No Brasil, os protestos de rua contra a corrupção começaram insignificantes mas vêm crescendo a cada nova edição, no Rio, São Paulo e Brasília. Até Israel entrou na onda de manifestações para protestar contra a obsessão dos governantes com a segurança nacional e a falta de empenho nas negociações de paz com os países árabes.
Tudo isto acontece depois das rebeliões no Egito, Tunísia, Síria e Líbia, no que foi rotulado como "primavera árabe", promovida por jovens que, tanto quanto seus congêneres da Europa e América Latina, dão sinais de que chegaram ao limite da paciência em matéria de busca de emprego e de oportunidades de trabalho.
O fator em comum a todos esses protestos, e que não está sendo tratado pela imprensa mundial, é a participação dos jovens em todas as manifestações. A mídia quase sempre contextualiza os protestos no clima político partidário dos respectivos países, mas os depoimentos de estudantes, adolescentes e recém-formados minimizam o fator partidário e ideológico. Para eles, a política é vista como algo negativo.
Há uma explicação comum para esses vários protestos: a combinação de desemprego e mesmice politica despertou a impaciência juvenil e, apoiada pela internet, viabilizou um fenômeno que pode estar mudando a conjuntura de muitos países. O desemprego não matou apenas a esperança de independência econômica entre os jovens. Enterrou principalmente a esperança e o futuro. Isso criou a rota mais curta para as ruas e praças, até mesmo em Wall Street.
O repórter norte-americano Nicholas Kristoff é uma exceção na imprensa mundial, pois expressou apoio aos responsáveis pela campanha de rua “Ocupem Wall Street”, no seu blog pessoal, no jornal The New York Times. Kristoff é um respeitado correspondente do NYT na África e tem uma coluna permanente no jornal , além do blog sobre países do Terceiro Mundo.
O que se nota é que enquanto os grande jornais se mostram perplexos sobre o que está acontecendo nas ruas, os repórteres assumem posições mais independentes — como aconteceu também no caso do jornal inglês The Guardian , quando vários repórteres defenderam posições divergentes nos protestos em Londres, em agosto.
O que a imprensa não está vendo é que as ferramentas de comunicação interpessoal na web criram uma espécie de subcultura jovem que não aparece na grande mídia mas se manifesta no Facebook, Twitter, MSN, torpedos e correio eletronico. É essa cultura que permitiu aos jovens árabes atropelar governos estabelecidos há décadas e que eram considerados invulneráveis a protestos populares.
O uso das ferramentas de comunicação da web está sendo coberto mais como uma novidade tecnológica do que como um fenômeno politico. Com isso a imprensa perde a perspectiva do fator mais dinâmico nas manifestações, formado pelo pessimsimo e pela falta de perspectivas entre os jovens de culturas muito diferentes como árabes, judeus e gregos, por exemplo. Valores como o voto e a democracia estão perdendo adeptos na geração com menos de 35 anos porque ela acredita mais na participação direta, descentralização e autonomia, diz Yochai Benkler, diretor do Centro Berkman para Internet e Sociedade, na Universidade Harvard, nos Estados Unidos.

CPI do Ecad está reunida para ouvir novos depoimentos

06/10/2011 |
Redação
Agência Senado
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), que investiga denúncias de irregularidades na distribuição dos recursos do direito autoral, está reunida quinta-feira para colher novos depoimentos.

A comissão deverá ouvir a superintendente do Ecad, Glória Braga; o especialista em Direitos Autorais, Bruno Lewicki; e o Presidente da Sociedade Brasileira de Administração e Proteção dos Direitos Intelectuais (Socimpro), Jorge de Souza Costa.
José Antônio Perdomo Corrêa, superintendente da União Brasileira de Compositores (UBC), que também deveria participar da audiência, enviou justificativa de sua impossibilidade de comparecimento. A Comissão vai marcar outra data para ouvi-lo, segundo informou o presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). Se ele faltar nesta próxima audiência, será conduzido por meio de recurso judicial.
Logo após a audiência de hoje a comissão vai votar requerimentos. A reunião acontece na sala 2 da Ala Senador Nilo Coelho.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Veja: filho de Lula alega que juíza “defende” revista e pede troca de relatora em ação

Da Redação

O empresário Fábio Luiz Lula da Silva, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pede a substituição da juíza Luciana Novaroski Ferreira Alves de Oliveira, da 2ª Vara Cível de São Paulo, em um processo que move contra a revista Veja. Segundo Fábio, a magistrada já tinha uma pré-concepção da revista, ao alegar que “seria inconcebível” que a Veja se arriscasse a “criar uma versão deliberadamente nefasta ao autor”, quando negou a indenização.

O filho do presidente pede indenização por danos morais e alega que a Veja insinuou, em uma reportagem de 2006, que seu sucesso profissional na empresa GameCorp dependia de seu pai e de lobby com pessoas influentes no cenário político. Na ocasião, a revista ouviu o lobista Alexandre Paes dos Santos, que dizia que o Fábio e Kalil Bittar, seu sócio, usavam seu escritório para lobby. No entanto, em depoimento à Justiça, Santos negou conhecer o filho do presidente Lula.

Segundo a juíza, não seria preciso inventar que Alexandre Paes dos Santos disse ter contato direto com Fábio. Para a magistrada, bastava apenas ressaltar a ligação de Santos com Kalil Bittar, amigo e sócio do filho de Lula. “Qualquer repórter de mediana habilidade seria apto a construir uma versão comprometedora da imagem do autor apenas com base nessa relação. Esse, no entanto, não parece ser o caso, pois seria inconcebível que um veículo de imprensa tão acostumado a reportagens e denúncias de cunho político se arriscasse por tão pouco”.

No entanto, o advogado Cristiano Zanin Martins, que representa Fábio, discorda e diz que a juíza levou quatro anos para julgar um processo do qual já tinha uma posição sobre os envolvidos. “Se para a juíza é inconcebível que a Veja produza reportagem deliberadamente nefasta, isso quer dizer que ela sequer admitiu essa possibilidade”, afirma.

As informações são do Conjur.

Publicado no site Comunique-se

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Novo vírus pode dar origem a era da guerra cibernética, afirma Kaspersky

O recente ataque do worm Stuxnet está gerando muitas discussões e especulações sobre a intenção, o propósito, a origem e, principalmente, as identidades dos responsáveis pelo ataque e dos seus alvos. A Kaspersky Lab não obteve evidências suficientes para identificar os atacantes ou o alvo pretendido, confirma que este é um ataque de malware singular, sofisticado e apoiado por uma equipe altamente especializada, com conhecimento profundo da tecnologia SCADA e ICS. A empresa acredita que este tipo de ataque pode ter sido realizado com o apoio e suporte de uma nação-estado.

Eugene Kaspersky, co-fundador e CEO da Kaspersky Lab, descreve o Stuxnet como a abertura da Caixa de Pandora. "Ele não foi criado para roubar dinheiro, enviar spam ou para se apoderar de dados pessoais. Ele foi criado para sabotar fábricas, para prejudicar sistemas industriais. É aí que está a diferença e o marco para um novo mundo. A década de 90 foi marcada pelos vândalos cibernéticos e os anos 2000 pelos criminosos cibernéticos. Agora estamos entrando na década do terrorismo cibernético, com armas e guerras virtuais", acredita Kaspersky.

Os pesquisadores da Kaspersky Lab descobriram, inicialmente, que o worm explora quatro diferentes vulnerabilidades do "dia zero". Três destas novas vulnerabilidades foram repassadas à Microsoft, que passou a trabalhar em conjunto com a Kaspersky durante a criação e a divulgação dos pacotes de correções.

O objetivo principal do worm é acessar o Simatic WinCC SCADA, sistemas de controles industriais utilizado para monitorar e controlar os processos industriais. Sistemas similares são utilizados amplamente em tubulações de petróleo, usinas elétricas, grandes sistemas de comunicação, aeroportos, navios e até mesmo em instalações militares em todo o mundo.

Vírus sofisticado
O conhecimento da tecnologia SCADA, a sofisticação do ataque, o uso das diferentes vulnerabilidades do dia zero e dos certificados legítimos levaram a Kaspersky a entender que o Stuxnet foi criado por uma equipe de profissionais extremamente experientes e que tiveram acesso a grandes recursos e suporte financeiro.

A localização geográfica do ataque (inicialmente no Irã) sugere que ele não está relacionado a um grupo de criminosos cibernéticos comuns. Além disso, os especialistas em segurança da Kaspersky que analisaram o código do worm insistem que o principal objetivo do Stuxnet não foi espionar sistemas infectados, mas levar a uma sabotagem. Todos os fatos mencionados acima indicam que o desenvolvimento do Stuxnet foi, provavelmente, apoiado por uma nação-estado, que possuía fortes dados de inteligência à sua disposição.

A Kaspersky Lab acredita que o Stuxnet é um protótipo em operação de uma arma cibernética que levará a criação de uma nova corrida armamentista no mundo.

Matéria publicada pelo Correio Braziliense

sábado, 8 de maio de 2010

João Cândido, petróleo, racismo e emprego

Sociedade e Mídia reproduz, a seguir, matéria do jornalista Beto Almeida, publicada pela Agência Carta Maior, sobre a retomada da industria naval brasileira, sucateada durante o período das privatizações.

Beto Almeida (*)
Data: 07/05/2010
Nesta sexta-feira a Transpetro lançou ao mar o navio petroleiro João Cândido. Batizado com o nome de um dos nossos heróis, marinheiro negro, filho de escravos e líder da Revolta da Chibata, o navio tem 247 metros de comprimento, casco duplo que previne acidente e vários significados históricos. Primeiro, leva a industrialização para Pernambuco, contribuindo para reduzir as desigualdades regionais. Em segundo lugar, dá um cala-boca para quem insinuou de forma maldosa que o PAC era apenas virtual. Em terceiro, prova que está em curso a remontagem da indústria naval brasileira criminosamente destruída na era da privataria. Como um simbolismo adicional, um total de 120 operários dekasseguis foram trazidos do Japão, com suas famílias, para juntarem-se aos operários nordestinos que construíram o navio. Os primeiros não precisam mais morar longe da pátria; os outros, saem do canavial para a indústria e não precisam mais pegar o pau-de-arara, nem entoar com amargura a Triste Partida, de Patativa do Assaré, como um certo pernambucano teve que fazer na década de 50. Até que virou presidente.

Mulheres trabalhando como chefes de equipe de soldagem no Estaleiro Atlântico Sul, no município de Ipojuca, em Pernambuco, pronunciavam frases orgulhosas lembrando que não sabiam nem que esta também poderia ser uma tarefa feminina. O ex-pescador de caranguejo contava em depoimento agreste que antes do estaleiro não sabia direito como ganhar o sustento da família a cada dia que acordava. O ex-canavieiro, agora operário, destaca que não depende mais temporalidade insegura da colheita da cana e quando acorda já tem para onde ir, quando antes vivia a insegurança. Estes alguns dos vários depoimentos colhidos na inauguração do navio petroleiro João Cândido ao ser lançado ao mar pernambucano. Deixa em terra um rastro de transformação.

Inicialmente, na vida destas pessoas antes lançadas ao deus-dará de uma economia nordestina reprimida, desindustrializada. A transformação atinge os municípios mais próximos, pois no local onde foi construído o estaleiro, uma antiga moradora, Mônica Roberta de França, negra de 24 anos, que foi escolhida para ser a madrinha do navio, dizia que ali era um imenso areal, não tinha nada. Agora tem uma indústria e uma escola técnica para os jovens da região. E que só agora ela tem seu primeiro emprego na vida com carteira assinada.

Desculpas à Nação
Para o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, o lançamento do João Cândido ao mar tem o mesmo alcance histórico do gesto de Getúlio Vargas quando deu forte impulso à nacionalização da indústria naval brasileira, na década de 30, por meio da empresa de navegação estatal. “Aqueles que destruíram a indústria naval tem que assumir sua responsabilidade e pedir desculpas à Nação”, disse Campos na solenidade que teve a participação de 5 mil pessoas aproximadamente, sobretudo dos operários.

O Navio João Cândido abre uma nova rota para a economia brasileira. Incialmente, porque a Petrobrás já não será obrigada a desembolsar cerca de 2,5 bilhões de reais por ano com o afretamento de navios estrangeiros. Há, portanto, um revigoramento do papel do estado na medida em que a reconstrução da indústria naval brasileira é resultado direto de encomendas da nossa empresa estatal petroleira. O que também permite avaliar a gravidade e o caráter antinacional das decisões que levaram um país com a enorme costa que possui, tendo montado uma economia naval de peso internacional respeitável, retroceder em um setor tão estratégico.

E isso quando nossa economia petroleira, há anos, já dava sinais de expansão, mesmo quando estavam no poder os que promoveram o espantoso sucateamento, a desnacionalização e a abertura da navegação em favor dos países que querem impedir nosso desenvolvimento. Este tema, certamente, não poderá faltar nos debates da campanha presidencial deste ano.

Almirante negro
A escolha do nome João Cândido também foi destacada na solenidade por meio do novo ministro da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial, Eloy Moreira. Vale registrar que há pouco mais de um ano Lula participou de homenagem ao Almirante Negro inaugurando sua estátua na Praça XV, no Rio, que estava há anos guardada, supostamente porque não teria havido grande empenho da Marinha na realização desta solenidade. Pois bem, agora João Cândido não está apenas nas “pedras pisadas do cais”, com diz a maravilhosa canção de Bosco e Blanc. Está na estátua e está cruzando mares levando para o mundo afora o nome de um de nossos heróis.

Navegar é possível
O novo petroleiro estatal, portanto, é uma prova real de que sim “navegar é possível”, como dizia uma faixa no ato. Navegar na rota inversa daquela que promoveu o desmantelamento da nossa indústria naval. Navegar na rota da revitalização e qualificação do papel protagonista do estado. Recuperar um curso que havia sido fundado lá durante a Era Vargas onde se combinava industrialização e nacionalização com geração de empregos e direitos trabalhistas. Se no período neoliberal foi proclamada a idéia de destruir a “Era Vargas”, agora, está não apenas proclamada, mas já colocada em marcha, a necessidade de reconstruir a partir dos escombros da ruína das privatizações - entulho neoliberal - tendo no dorso no navio-gigante o nome heróico do líder da Revolta da Chibata. Sem revanchismo, o episódio permite lembrar outra canção: “É a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar”

(*) Presidente da TV Cidade Livre de Brasília

17º Ranking da Baixaria na TV

A campanha "Quem financia a baixaria é contra a cidadania" divulgou a 17a edição do ranking da baixaria na TV. A lista é liderada pelo Big Brother Brasil 10, com 227 denuncias fundamentadas. Confira o ranking a seguir.
1 – Big Brother Brasil 10 (Rede Globo), com 227 denúncias fundamentadas sobre assuntos como desrespeito à dignidade humana, apelo sexual, exposição de pessoas ao ridículo e nudez.
2 – Pegadinhas Picantes (SBT), com 105 denúncias fundamentadas sobre assuntos como cenas de nudez, erotismo, humor grotesco e exposição ao ridículo.
3 – Pânico na TV (Rede TV), com 34 denúncias sobre assuntos como excesso de nudez, exposição de pessoas ao ridículo e humor grotesco.
4 – Se Liga Bocão (TV Itapoan – Record), com 14 denúncias sobre assuntos como sensacionalismo, desrespeito à pessoa humana e incitação à violência.
5 – Bronca pesada (TV Jornal – SBT), com 11 denúncias sobre assuntos como sensacionalismo, nudez, violência, conotação sexual, exposição de crianças e palavras de baixo calão.
Total de denúncias fundamentadas – 391
Total geral (agosto de 2009 a abril de 2010) – 967 denuncias.