quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

II Fórum de Mídia Livre define prioridades para CONFECOM

Redação ABRAÇO *

A plenária de encerramento do II Fórum de Mídia Livre definiu as prioridades dos midiativistas para a I Conferência Nacional de Comunicação. Entre elas esta a elaboração de um novo marco regulatório para o setor, a defesa da radiodifusão comunitária, a transparência e democracia nas concessões de canais de rádio e televisão, o fortalecimento da rede pública de comunicação, o direito a banda larga, gratuita, para todos e a democratização da publicidade oficial. O Fórum, também, aprovou a criação de uma rede de solidariedade e defesa da mídia livre e das rádios comunitárias. O fórum terminou no inicio da tarde de domingo, no campus da Universidade federal do Espírito Santo.
O FML decidiu dar prioridade para alguns temas, entre as 5. 345 propostas apresentadas pela sociedade civil nas conferências estaduais. Só assim será possível obter vitórias e fazer frente às 16 propostas apresentadas pelo segmento empresarial e os 39 itens defendidos pelo setor governamental. Já a criação de uma rede de proteção e defesa das mídias livres: blogs, radiodifusão comunitária, revistas independentes e sítios de notícias, têm por objetivo enfrentar a repressão policial sofridas pelas emissoras comunitárias e os processos sofridos por sítios de noticias independentes e por blogueiros. Estas ameaças à liberdade de expressão resultaram em cinco mil comunicadores populares condenados por operarem rádios comunitárias, em mais de 100 milhões de Reais em equipamentos apreendidos e em dezenas de processos movidos contra midiativistas, o que caracteriza uma censura econômica.
A plenária final aprovou a proposta de reforçar os pontos de mídia livre como locais de formação da atores sociais. O Fórum, também, propôs a utilização do material produzido pela mídia livre na educação formal e não formal. No final do encontro foi escolhido um Grupo de Trabalho Executivo, composto por 18 integrantes, que coordenará o FML no próximo período.

Por Luis Carlos de Almeida

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Sustentabilidade da mídia livre é tema de debate no Fórum

Redação:ABRAÇO *

A desconferência “Juntando as pontas dos pontos de mídia livre” discutiu a garantia de recursos públicos e a transformação das mídias livres em empreendimentos de economia solidária. Foi defendida a efetivação das políticas de incentivo a cultura como políticas de Estado, através de leis. específicas. A criação de um mercado de prestação de serviços entre os pontos e pontões de cultura e de mídia livre, assim como junto aos demais empreendimentos de economia solidara, foi apontada como uma das formas de garantir a sustentabilidade da mídia livre. Mas, também, foi enfatizada a necessidade de garantia de recursos públicos para servirem de patamar mínimo para a viabilização das mídias livres. Assim como para assegurarem a sustentação daquelas iniciativas que não se encaixam na venda de serviços, por terem um cunho mais político.

Por Luis Carlos de Almeida

O papel do Estado no financiamento das mídias livres foi debatido no primeiro dia do FML

Redação: ABRAÇO *

O debate sobre fortalecimento da mídia livre discutiu a importância do financiamento publico para garantir a pluralidade e a diversidade dos meios de comunicação. Outro tema abordado foi à necessidade de uma maior articulação entre mídia livre e economia solidaria, através da veiculação de publicidade e da transformação das mídias livres em empreendimentos de economia solidaria.
Foi reafirmada a importância de projetos como o do Premio de Pontos de Mídia livre, criado pelo Ministério da Cultura. As relações entre mídia livre e mercado também estiveram em pauta no debate. Foi apresentada a proposta de criação de um Fundo Nacional de Comunicação para financiar a radiodifusão comunitária. Também foi defendida a destinação de verbas publicas de publicidade para as emissoras comunitárias e a permissão para veiculação de publicidade privada, o que hoje é proibido pela legislação que regula a radiodifusão comunitária.

Por Luis Carlos de Almeida

As oportunidades abertas pela crise da grande mídia em debate na abertura do Fórum de Mídia Livre

Redação: ABRAÇO *


O Jornalista Luis Nassif e o professor Giuseppe Cocco abriram os debates do II Fórum de Mídia Livre, na manhã desta sexta-feira. Nassif abordou a crise da mídia tradicional e citou como exemplo, a queda de circulação dos grandes jornais e as relações, cada vez mais próximas, da mídia tradicional com o mercado financeiro. Já o professor Cocco falou sobre os vínculos entre o capitalismo contemporâneo e a cultura, o que. Ele chama de “capitalismo cognitivo”, onde a produção de conhecimento assume o papel que no passado era desempenhado pela produção de bens materiais. Durante os debates surgiram questões como a importância das rádios comunitárias, que fazem o enfrentamento cotidiano a radiodifusão privada, e as possibilidades e limitações da internet.
Nassif explicou os métodos utilizados pelos grandes jornais e revistas para mascarar a queda nas vendas, como o envio de exemplares para pessoas que não solicitaram a assinatura, e que são contabilizados como se fossem assinaturas pagas. Assim os veículos mantêm uma tiragem artificialmente alta, o que evita que tenham que reduzir o valor cobrado pela publicidade. Ele, também denunciou as praticas não éticas no mercado de comunicação. Como a bonificação (desconto) que as empresas de comunicação oferecem para as agencias de publicidade pela veiculação de propaganda nos veículos. O desconto é embolsado pela agencia, que não o repassa para o cliente. Esta situação leva as agencias a priorizem a publicação de anúncios na grande mídia, em detrimento das pequenas publicações e da mídia regional. Nassif elogiou a pratica da SECOM – Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República – de veicular publicidade do governo federal na imprensa regional, o que contribui para quebrar com o monopólio dos grandes jornais e revistas. Para Nassif a crise dos meios tradicionais abre novas perspectivas para a mídia livre. Neste novo cenário a credibilidade do profissional passa a ter mais importância do que a marca do veículo.
O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Giusepe Cocco afirmou que no “capitalismo cognitivo” a produção de significado passa a ter maior importância econômica do que a produção de bens materiais e, neste contexto a informação e a cultura assumem um papel crucial no desenvolvimento do capitalismo contemporâneo. Ele defendeu a “política do comum”, baseada no compartilhamento, em oposição à apropriação privada daquilo que é de todos.

Por Luis Carlos de Almeida

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

O Jornalismo irresponsável, por Luis Nassif

Luis Nassif (*)



Fonte:iG

Watergate tinha dois repórteres espertos – Bob Woodward e Carl Bernstein – e um editor memorável – Ben Bradlee – que filtrava todas as informações e só permitia a publicação daquelas confirmadas por pelo menos três fontes. Até hoje Bradlee é um dos símbolos do bom jornalismo e exemplo para jornalistas de todas as partes do mundo. O caso Watergate foi citado pelo comentarista Ronaldo Bicalho e ressalta a importância da apuração jornalística.

O escândalo divulgado pela Folha na sexta-feira – um artigo de um dissidente do PT, César Benjamin – acusando Lula de ter currado um militante do MEP no período em que esteve preso no DOPS, é um dos mais deploráveis episódios da história da imprensa brasileira. E mostra a falta que fazem pessoas da envergadura de Bradlee.

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Qualquer acusação, contra qualquer pessoa, exige discernimento, apuração. Quando o jornal publica uma acusação está avalizando-a.

Quando a acusação é gravíssima e atinge o Presidente da República – seja ele Sarney, Itamar, FHC ou Lula – o cuidado deve ser triplicado, porque aí não se trata apenas da pessoa mas da instituição. Qualquer acusação grave contra um Presidente repercute internacionalmente, afeta a imagem do país como um todo. Se for verdadeira, pau na máquina. Se for falsa, não há o que conserte os estragos produzidos pela falsificação.

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A acusação é inverossímil.

Na sexta conversei com o delegado Armando Panichi Filho, um dos dois incumbidos de vigiar Lula na cadeia. Ele foi taxativo: não só não aconteceu como seria impossível que tivesse acontecido.

Lula estava na cela com duas ou três presos. A cela ficava em um corredor, com as demais celas. O que acontecesse em uma era facilmente percebida nas outras.

Havia plantão de carcereiros 24 horas por dia. E jornalistas acompanhando diariamente a prisão.

Não havia condições de nenhum fato estranho ter passado despercebido. Panichi jamais ouviu algo dos carcereiros, dos presos, dos jornalistas e do delegado Romeu Tuma, seu chefe.

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Benjamin não diz que Lula cometeu o ato. Diz que ouviu o relato de Lula em 1994, em um encontro que manteve em Brasília com um marqueteiro americano, contratado pela campanha, mais o publicitário Paulo de Tarso Santos e outras testemunhas.

Conversei com Paulo de Tarso – que já fez campanha para FHC, Lula – que lembra do episódio do americano mas nega que qualquer assunto semelhante tivesse sido ventilado, mesmo a título de piada. E nem se recorda da presença de Benjamin no almoço.

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E aí se chega à questão central: com tais dados, jamais Ben Bradlee teria permitido que semelhante acusação saísse no Washington Post.

Antes disso, colocaria repórteres para ouvir as tais testemunhas, checaria as informações com outras fontes, conversaria com testemunhas da prisão de Lula na época. Praticaria, enfim, o exercício do jornalismo com responsabilidade.

A Folha não seguiu cuidados comezinhos de bom jornalismo. Não apenas ela perde com o episódio, mas o jornalismo como um todo.

É importante que leitores entendam: isso não é jornalismo. É uma modalidade especial de deturpação da notícia que os verdadeiros jornalistas não endossam.

(*) Colunista do iG

Este é um artigo com a opinião do autor e não traduz o pensamento do Comunique-se

Publicado no sitio Comunique-se

“Apagão” na medição faz Record sugerir que Ibope é parcial

* Da Redação

A interrupção na medição de audiência do Ibope ocorrida na noite do dia 22/11 não só foi questionada pela Record como motivou uma reportagem de 17 minutos no Domingo Espetacular botando em xeque a credibilidade e a imparcialidade do instituto. A emissora ouviu as duas operadoras de telefonia celular às quais recaiu a culpa pelo apagão na medição. Tim e Vivo negaram problemas de transmissão de dados, como justificou o Ibope durante toda a semana passada. As emissoras ficaram impossibilitadas de acompanhar os dados em tempo real, o que voltou a se repetir neste domingo (29/11).

“O que o Ibope tem a esconder?”, questiona a Record na reportagem. A emissora sugere que houve manipulação do instituto a favor da concorrente, já que foi uma “estranha coincidência” o problema ter ocorrido praticamente no mesmo horário quando no domingo anterior ela liderava a audiência.

Na estréia de A Fazenda, segundo a Record, ela registrou 18 pontos no Ibope, enquanto a Globo, 13. Nos números consolidados do instituto, referentes ao dia 22/11 e divulgados no dia seguinte, os dados foram o inverso.

A reportagem da Record explica que a medição é feita por amostragem e que alguns televisores têm um sistema que indica o canal ao qual as pessoas estão assistindo. Das mais de 19 milhões de pessoas em São Paulo, 750 domicílios têm o software de audiência, o que é questionado, segundo a emissora, por especialistas. O Ibope também se nega a revelar onde estão os aparelhos por questão de sigilo e segurança.

Para embasar a reportagem, a emissora ouviu o sociólogo Carlos Novaes. Ele tentou, em vão, criar um concorrente do Ibope e disse que verificou que a audiência da Globo era menor do que a que o instituto divulgava.

Já o especialista em tecnologia Alfonso Palacim Junior, ao lado de um quadro com uma espécie de gráfico explicando como funciona o sistema de audiência, aponta para o Ibope ao dizer: “Se algum lugar pode distorcer algum número, ou, não vamos usar a palavra manipular, mas alterar de alguma maneira, é aqui, no instituto de audiência”.

A Record também cita que o Ibope enfrentou problemas na Argentina, Colômbia e México. Lembra também que o instituto faz pesquisas de intenções de voto e que apontou vitória de políticos que na verdade não ganharam eleições.

“Como acreditar nos números e na palavra do Ibope? (..) Será que o Ibope mentiu para beneficiar a Globo?”, questiona.

A emissora avisa que já determinou desde o dia 22/11 que seu departamento comercial não divulgue mais os números de audiência na hora de negociar com agências de publicidade.

Problema se repete
Quando a reportagem sobre o apagão do Ibope foi ao ar, o serviço teve novamente problemas. Além de não apresentar as audiências, quando o serviço voltou a funcionar havia um atraso de 15 a 20 minutos.

Globo
Procurada, a Globo informou que a repercussão do caso deve ser feita com o Ibope. Nos bastidores da emissora de Roberto Marinho é dito que há tranqüilidade em relação ao serviço oferecido pelo instituto, por ser uma organização de mensuração internacional, e que não só a Record, mas todas os outros canais acharam ruim não terem os números na hora em que precisaram.

O Ibope não se posicionou até o fechamento desta reportagem.

* Publicado no sitio Comunique-se

Jornalista da TV RBS é baleada durante reportagem

Da Redação *

A repórter da RBS TV Centro-Oeste, Pamela Marin, foi baleada na perna enquanto fazia uma reportagem sobre pesca ilegal no rio Canoas, próximo a Lages, na Serra Catarinense. A jornalista estava acompanhada do policial Adão Rodrigues Mariano, que também foi atingido de raspão na coxa.
Além da jornalista e do policial, outros dois policiais e o cinegrafista da RBS também estavam no barco, mas não foram atingidos.

Baleada na panturrilha esquerda, Pamela se abaixou e protegeu a cabeça com as mãos. Um tiro passou bem perto de seu rosto e outros atingiram o barco em que ela estava, que era de alumínio e foi tomado pela água. Pamela e o policial foram levados ao hospital Nossa Senhora dos Prazeres, em Lages, e liberados no mesmo dia.

“Foi uma chuva de tiros. Eu só consegui proteger a cabeça com as minhas mãos. Naquele momento eu imaginei que fosse morrer, eu só comecei a ver água entrando no barco e não tinha como pensar em mais nada”, contou a jornalista.

O policial contou que o caso foi tentativa de homicídio. “A repórter dizia que eram tiros para nos assustar, mas infelizmente, eram para nos acertar, pois foram vários disparos em nossa direção.”, disse Adão.

O comandante da Polícia Ambiental de Lages, tenente Frederick Rambush, explicou que eles faziam apenas um patrulhamento preventivo contra a pesca predatória, e como não havia a suspeita de flagrar ninguém e os tiros foram disparados contra a embarcação, a situação precisa ser esclarecida.

A operação para investigar o caso conta com 24 policiais, que vasculham o local onde as vítimas foram atingidas na tentativa de encontrar os responsáveis pelos disparos, que podem responder por tentativa de homicídio.

As informações são do Diário Catarinense e RBS TV.

* Publicado no sitio Comunique-se