quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

As oportunidades abertas pela crise da grande mídia em debate na abertura do Fórum de Mídia Livre

Redação: ABRAÇO *


O Jornalista Luis Nassif e o professor Giuseppe Cocco abriram os debates do II Fórum de Mídia Livre, na manhã desta sexta-feira. Nassif abordou a crise da mídia tradicional e citou como exemplo, a queda de circulação dos grandes jornais e as relações, cada vez mais próximas, da mídia tradicional com o mercado financeiro. Já o professor Cocco falou sobre os vínculos entre o capitalismo contemporâneo e a cultura, o que. Ele chama de “capitalismo cognitivo”, onde a produção de conhecimento assume o papel que no passado era desempenhado pela produção de bens materiais. Durante os debates surgiram questões como a importância das rádios comunitárias, que fazem o enfrentamento cotidiano a radiodifusão privada, e as possibilidades e limitações da internet.
Nassif explicou os métodos utilizados pelos grandes jornais e revistas para mascarar a queda nas vendas, como o envio de exemplares para pessoas que não solicitaram a assinatura, e que são contabilizados como se fossem assinaturas pagas. Assim os veículos mantêm uma tiragem artificialmente alta, o que evita que tenham que reduzir o valor cobrado pela publicidade. Ele, também denunciou as praticas não éticas no mercado de comunicação. Como a bonificação (desconto) que as empresas de comunicação oferecem para as agencias de publicidade pela veiculação de propaganda nos veículos. O desconto é embolsado pela agencia, que não o repassa para o cliente. Esta situação leva as agencias a priorizem a publicação de anúncios na grande mídia, em detrimento das pequenas publicações e da mídia regional. Nassif elogiou a pratica da SECOM – Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República – de veicular publicidade do governo federal na imprensa regional, o que contribui para quebrar com o monopólio dos grandes jornais e revistas. Para Nassif a crise dos meios tradicionais abre novas perspectivas para a mídia livre. Neste novo cenário a credibilidade do profissional passa a ter mais importância do que a marca do veículo.
O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Giusepe Cocco afirmou que no “capitalismo cognitivo” a produção de significado passa a ter maior importância econômica do que a produção de bens materiais e, neste contexto a informação e a cultura assumem um papel crucial no desenvolvimento do capitalismo contemporâneo. Ele defendeu a “política do comum”, baseada no compartilhamento, em oposição à apropriação privada daquilo que é de todos.

Por Luis Carlos de Almeida

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